Programação 2011 da Globo traz mais do mesmo e algumas boas surpresas

Destaque para "Macho Man", protagonizado por Jorge Fernando e Marisa Orth, que roubou a cena em meio às estreias

A Globo estreou no domingo (03) sua nova grade. A programação por si só traz poucas novidades, um amontoado de mais do mesmo e algumas poucas, mas boas surpresas. Confira uma análise das estreias.

“As Aventuras do Didi”: Sem graça, bobo e monótono, assim podemos classificar a “nova” temporada do programa de Renato Aragão. Impossível rir por um segundo que seja com alguma das brincadeiras e piadas da atração. Escalado para substituir o ótimo “Esquenta!”, isso sim é uma piada, “As Aventuras do Didi” levou uma sova da Record e do SBT na estreia, onde atingiu apenas 9 pontos.

“Os Caras de Pau”: Esse sim, apesar de buscar um público infantil, consegue funcionar na guerra dominical. O humor moleque de Marcius Mellhem e Leandro Hasssum contagia de A à Z com sua ingenuidade. Estreou com 13 pontos e manteve a mesma audiência do programa de Regina Casé.

“Batendo Ponto”: Simplesmente uma afronta ao bom senso. Com exceção de algumas poucas atuações (Pedro Paulo Rangel e Luís Miranda), o programa é a pior estreia da temporada. Ingrid Guimarães, na pele de secretária Val, não faz rir nem o mais besta dos telespectadores. Faltam histórias e ganchos que provoquem o telespectador. Mais uma estreia frustrada para as noites de domingo. Iniciou a temporada em terceiro lugar com 12 pontos, para a alegria das concorrentes.

“Tapas & Beijos”: Com roteiro de Claudio Paiva e direção de Mauricio Farias, a herdeira do “Casseta e Planeta Urgente” estreou decepcionando. Com as sempre maravilhosas Andréa Beltrão e Fernanda Torres nos papéis principais, a série mostrou-se confusa e arrastada do início ao fim. Se a intenção era fazer rir passaram longe disso. Até as duas estrelas passaram um ar artificial. Na estreia registrou 22 pontos e derrubou ainda mais a audiência que o “Casseta” mantinha. A ideia é ficar no ar até dezembro, mas se continuar assim dificilmente o cronograma será seguido.

“Divã”: Com a “grife” Lilia Cabral no elenco, a série inspirada do romance de Martha Medeiros mostrou-se interessante e leve. “Divã” já tem o respaldo do público do teatro e cinema, e agora busca um lugarzinho na TV. Peca apenas por mirar apenas em um público especifico: as mulheres na faixa de 40 anos. Com a adaptação para a TV, “Divã” sofreu algumas mutações, o que poderá comprometer a essência do projeto. No mais é isso, “Divã” é bonitinha, mas não ordinária. Ficou a sensação de legalzinha. Na estreia atingiu 16pontos.

“Profissão Repórter”: Uma das gratas surpresas da emissora nos últimos anos. Caco Barcellos e sua jovem equipe de jornalistas fazem sim a diferença às terças. Voltou com o pé direito e provou que faz falta. Uma pena que é jogado para meia-noite, mirando num tipo de público mais qualificado.  Na estreia marcou13 pontos.

“A Grande Família”: Sem Marilda, Andréa Beltrão agregaria mais à série, o humor popular da família Silva voltou quase no ponto. Ainda distante da boa fase de 2007-2008, o seriado está no ar há 10 anos e prova que merece total respeito. Voltou com uma nova equipe de roteiristas e com a gana de ofertar bons momentos ao longo da temporada. Foi um “reencontro” feliz, deixando um gostinho de quero mais. Atingiu23 pontos na estreia.

“Lara com Z”: Uma estreia aguardada, afinal convivemos nas últimas semanas com o “merchan” de Aguinaldo Silva, autor da série, em seu site. Spin-off de “Cinquentinha”, “Lara com Z” deu  indícios que cutucará a onça com vara curta. Tiradas sensacionais, frases ultra-venenosas, citações e alusões a acontecimentos verídicos marcaram o primeiro episódio. Em “Lara com Z” qual semelhança não é mera coincidência, e sim uma aproximação ousada da ficção com a realidade. O elenco no geral segurou bem a peteca. Destaque, claro, para Suzana Vieira que roubou a cena do começo ao fim. Assim como “A Vida Alheia”, “Lara com Z” tende a se tornar o terror da imprensa de celebridades. Na estreia atingiu 14 pontos.

“Globo Mar”: Sai Mariana Ferrão e entra Glenda Kozlowski. O jornalístico ganhou uma nova pegada com a ex-apresentadora do “Globo Esporte”. Junto com Ernesto Paglia, Glenda promete desvendar os mistérios do nosso litoral. Talvez fosse interessante que o programa não abordasse apenas um único assunto, dando espaço à flora e à fauna, mas com isso seria necessário uma reforma no formato. A estreia atingiu 9 pontos.

“Macho Man”: Simplesmente a melhor estreia do ano, até agora, junto com o “Esquenta!”. Nelson (Jorge Fernando) ou Zuzu, para os íntimos, é um ex-gay que após um acidente se descobre hetero e passa a conviver com a dificuldade de se aceitar homem. Valéria (Marisa Orth) é uma ex-gorda que vive infeliz após perder 20 quilos. Ao longo do primeiro episódio, a história mostrou-se ágil e envolvente, capaz de fazer rir. Difícil não gargalhar com as excelentes atuações de Jorginho e Marisa que se completam. Os roteiristas da série, Fernanda Young e Alexandre Machado (“Os Normais”, “Os Aspones” e “Separação!?”), atingiram o ponto certo da comédia. Impossível desgrudar um segundo sequer da tevê. Entre as estreias foi a mais bem sucedida, visto o horário de exibição, por volta das 23h40. Atingiu 17 pontos.

“TV Xuxa”: A rainha bateu o pé e a Globo concordou, o programa migrou das manhãs para as tardes de sábado. Exibido entre o “Estrelas” e o “Caldeirão do Huck”, o “novo” “TV Xuxa” repetiu a fórmula de sempre: entrevistas, musicais, gincanas com famosos e alguns reality’s. O formato, já desgastado, parece agonizar. Será difícil concorrer com o embalado “Programa do Raul Gil” e os filmes da Record. O foco infantil, apesar de negarem, foi mantido, o que é um erro. Não será surpresa se a Globo mexer na atração em breve. Faltou algo de extrema importância ao “TV Xuxa”: um quê de jovem-adulto que atraia não só as crianças, que já estarão “alimentadas” com o “Sábado Animado” pela manhã, mas também o público específico do horário. Estreou mal, com apenas 11 pontos.

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